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terça-feira, 30 de maio de 2006

Aconteceu na manifestação gay em Moscou

Fotos:

1 - Volker Beck, alemão do Partido Verde, mostra o rosto sangrando depois de ter sido atacado perto do gabinete do prefeito em Moscou. Beck dava uma entrevista para a TV quando foi cerca por 20 jovens radicais que o agrediram;


2 - Radicais gritam palavras de ordem contra os gays e sua intenção de defender seus direitos por meio do que seria a primeira manifestação a favor do homossexualismo, em Moscou.


Caros Leitores:

Apresento, abaixo, reportagem sobre mais um episódio de desumanidade, desta vez na Rússia. Protagonizado por hipócritas, ortodoxos, 'cegos', desumanos, covardes que escondem o rosto e que se escondem sob o manto pretensamente puro das religiões e da moral. A cada acontecimento desse, mais certeza tenho de que os homofóbicos violentos e intolerantes são pessoas extremamente mal resolvidas em sua sexualidade.

Aos seres humanos coerentes, corajosos, e que buscam a dignidade da pessoa humana, minha solidariedade. Já que não tenho como agir diretamente contra tanta coisa que ocorre neste sentido, uso o meu blog para ajudar a divulgar os retrocessos e avanços da nossa causa e pedir aos leitores que também divulguem e sempre ajam em prol da dignidade da pessoa humana. Se não podem se expor, sejam criativos!

Meu carinho a todos,
Mina Blixen.

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Sábado, 27 de maio de 2006

Grupos radicais e policiais antidistúrbios reprimiram hoje uma manifestação gay em Moscou. Os homossexuais pretendiam, na primeira passeata do tipo na história da Rússia, reivindicar seus direitos e denunciar a homofobia e a discriminação.

Moscou parecia hoje uma cidade sitiada. As ruas do centro estavam patrulhadas e as praças, isoladas pela Polícia. As notícias eram de choques, feridos e detenções em diversas áreas urbanas. As medidas foram a reação das autoridades ao anúncio da comunidade homossexual de que realizaria o primeiro desfile do "orgulho gay" apesar da proibição expressa do prefeito da cidade, Yuri Luzhkov, e de um tribunal de Moscou.

O anúncio provocou uma reação irada dos grupos neonazistas que, estimulados por políticos ultra-ortodoxos, inundaram a Internet com ameaças de iniciar uma verdadeira "caça a pedófilos". Aos gritos de "Moscou não é Sodoma!", cerca de cem extremistas avançaram contra dez homossexuais que, em um ato de repulsa ao fascismo e à intolerância, tentavam colocar flores no Túmulo do Soldado Desconhecido junto à muralha do Kremlin.

Confrontos
A Polícia, que tinha bloqueado os acessos à Praça Vermelha e ao Jardim de Alexandre, onde fica o túmulo, acabou com os confrontos e dispersou os extremistas. Os agentes também detiveram vários homossexuais, entre eles Nikolai Alexeyev, o organizador do protesto.

Em outra área da cidade, as unidades antidistúrbios investiram contra outro grupo de homossexuais e detiveram cerca de 50 manifestantes, de acordo com o site "Gazeta". A Polícia deteve 25 jovens neonazistas que pretendiam atacar os homossexuais. Houve vários outros choques entre radicais e gays, com o saldo de vários feridos.

Às 15h20 de Moscou, apenas uma hora depois que os homossexuais começaram a sair para a rua, já havia "cerca de cem detidos, entre partidários e adversários do desfile", disse à agência de notícias Interfax um porta-voz policial.

O propósito dos organizadores era celebrar o primeiro festival gay na Rússia, embora não como uma "parada" carnavalesca, como no Ocidente, mas em defesa dos direitos da comunidade homossexual. No entanto, as ameaças de ataques extremistas e de repressão pela Polícia, que mobilizou 1,7 mil agentes, os obrigaram a moderar seus planos.

Conforme os organizadores anunciaram em entrevista coletiva anterior, eles haviam decidido apenas depositar flores no Jardim de Alexandre e realizar um comício diante da Prefeitura, que foi impedido por policiais e radicais. Outra organizadora, Eugenia Debrianskaya, foi detida junto com dez gays e lésbicas quando chegaram para montar um piquete na Prefeitura, que estava isolada por policiais.

Estrangeiros
Convidados estrangeiros de mais de 20 países participaram das manifestações. Entre eles, estavam deputados do Bundestag alemão e do Parlamento Europeu, além de um vice-prefeito de Paris. O deputado alemão Volker Beck, que assistia a um dos atos, foi ferido por uma pedra e reclamou da Polícia russa. "Não só não nos protegeu, como impediu nossa retirada, de modo que ficamos à disposição dos agressores", acusou.

Sem ser homossexual, também se somou ao protesto o neto do dramaturgo britânico Oscar Wilde, Merlin Holland, que pediu ao Kremlin uma política de tolerância. Pelo gesto de solidariedade, os radicais arremessaram contra ele uma chuva de ovos em um ato na Biblioteca de Literatura Estrangeira.

O prefeito Luzhkov proibiu o ato com a alegação de que "esse tipo de manifestação é rechaçada pela cidadania". Um tribunal apoiou ontem a decisão, temendo não poder garantir a segurança da comunidade gay.

Terry Davis, o secretário-geral do Conselho da Europa, presidido pela Rússia neste semestre, enviou uma mensagem de solidariedade aos homossexuais e lésbicas russos. Várias ONGs russas e organizações internacionais de direitos humanos, como a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e o Grupo de Helsinque, também condenaram a proibição do Governo russo.

A data da concentração foi escolhida porque em 27 de maio de 1993 foi abolido o artigo do código penal russo que punia com penas de prisão as práticas homossexuais e quando estas deixaram de ser consideradas doença mental pela psiquiatria oficial.

Fonte: EFE

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