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terça-feira, 26 de junho de 2007

Isso é "direito"?

Caros leitores,


Ando um pouco enrolada para escrever aqui, de acordo com a enquete. Lendo as notícias que chegam pra mim, vi esse artigo sobre pronunciamento do presidente da OAB/RJ e considerei interessante reproduzir aqui. Ele se alinha com aquilo que o movimento GLSBTT tanto busca mostrar: achar que uma conduta é "desviada" não é justificativa para discriminação, exclusão e violência.


Um grande abraço para todos, com forte desejo e fé na evolução da mentalidade e nas atitudes dos seres humanos.

Mina.


OAB-RJ quer rigor para jovens ricos que cometeram “barbárie”


Brasília, 25/06/2007 – “Esperamos absoluto rigor em relação a esses jovens. Queremos para esses filhinhos de papai o mesmo rigor que se teria se a mesma atitude tivesse sido cometida por jovens da periferia. Todos, sem exceção, têm que sofrer o rigor da lei.” A afirmação foi feita pelo presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, que considerou “uma barbárie” as agressões confessadas por jovens de classe média alta contra a empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho na madrugada do último sábado, enquanto ela esperava um ônibus na parada.

Para Damous, essa “barbárie”, deve ser tratada com a mesma indignação que se viu na sociedade por ocasião do assassinato do menino João Hélio. Para ele, os dois fatos são igualmente graves e desse último pode-se extrair várias reflexões. A primeira diz respeito à banalização da violência e à falta de perspectiva de futuro por parte da juventude. “Refiro-me não só à juventude pobre, mas à juventude no geral, que está sem qualquer perspectiva”, afirma o presidente da OAB fluminense. “Vivemos em uma sociedade em que cidadania significa ter o melhor carro, o celular mais moderno, significa estar vestido com a grife mais famosa. Essa é a noção de cidadania que prevalece”.

Wadih Damous afirmou, ainda, que essa falta de perspectiva acaba gerando a vida fútil que leva parte desses jovens de condomínio de classe média e alta. Ele afirmou, ainda, que gostaria que a imprensa, que investiga e noticia a criminalidade nas favelas e nos guetos, comece a voltar seus olhos para como se comportam alguns desses jovens de condomínios da zona sul e da Barra da Tijuca. “Como eles são violentos, como não têm limites e como tratam os funcionários dos condomínios. Esses jovens acham que têm direito a tudo e quando saem dos condomínios acabam cometendo verdadeiras barbaridades”.

A segunda reflexão que se extrai desse acontecimento, ainda segundo Wadih Damous, é a forma com que a sociedade trata aqueles que considera terem uma conduta desviante, como as prostitutas, travestis e dos homossexuais. Ele lembrou que no Rio de Janeiro, há cerca de três semanas, a polícia recolheu prostitutas das ruas, o que acaba sinalizando para esse tipo de acontecimento do último final de semana. “Esses rapazes disseram, como se isso pudesse servir de justificativa para a barbárie que cometeram, que espancaram essa senhora sob a alegação de terem-na confundido com uma prostituta”, afirmou. “Só que isso não é justificativa para tal barbárie”. (Grifo nosso).

Fonte: http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=10283

quinta-feira, 21 de junho de 2007

FatorX

Atualização do FatorX


Uhuuuuuuuuuu
Hahahahahahah


home: http://fatorx.net/

novidades: http://fatorx.net/fatorxnovidades.htm

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quinta-feira, 14 de junho de 2007

Para pensar sobre...

Caros leitores,

Recebi o texto abaixo por e-mail e resolvi dividir com vocês, para que pensemos sobre seu conteúdo. Auto-ajuda, fórmulas, pouco importa a classificação. O interessante é olharmos pra dentro de nós mesmos e sabermos algumas coisas que podem ajudar no nosso modo de lidar com o que está à nossa volta, inclusive as pessoas e, mais de perto, com os relacionamentos afetivos. Quem sabe o texto não nos inspira nesse caminho...

Beijos,
Mina.



"Você já se deu conta de que é o grande amor da vida de alguém? Já parou para pensar que precisa estar pronto para ser amado quando essa pessoa chegar e que talvez não seja você quem a encontre, mas sim ela que encontre você?

Todos nós desejamos - conscientemente ou não - viver um grande amor, seja com a pessoa com quem já estamos ... seja com alguém que vai chegar. É algo inerente ao coração humano buscar um "sentimento maior", que dê um sentido especial a nossa vida, que transforme os nossos dias numa história deliciosamente afetiva, doce, enternecida.

Entretanto, são raros os que se preparam para serem encontrados, procurando tornarem-se uma pessoa consciente, madura, serena, bonita por fora e, principalmente, por dentro... cultivando um amor tranqüilo, fiel ao outro, mas principalmente fiel a si mesmo, conhecedor de suas verdades, seus limites e seus valores.

Uma pessoa que vale a pena ser encontrada é aquela que não se molda ao outro para ser passageiramente aceita. Ela se respeita acima de tudo e reconhece as "exigências" do amor: sabe que somente o que se baseia na verdade e na transparência pode durar. Portanto, creio que seja este o grande segredo, o princípio da busca e do encontro de um grande amor: que você possa olhar para si mesmo e se conscientizar de que você é o amor de alguém e que, portanto, este alguém, neste imenso mundo, está procurando por você, pelo seu coração... mesmo que já esteja bem aí, do seu lado...

Sendo assim, reflita: o que você tem feito para cultivar o melhor que existe em você? Acredita que já pode abrir as suas portas para o amor da sua vida sem assustá-lo com um vazio ou uma escuridão inexplicável? Acha que já conhece bem os seus próprios caminhos, já poderia conduzir essa pessoa tão especial até seus tesouros internos? O que teria para conquistá-la, envolvê-la, enfim, para encantá-la e fazê-la sentir vontade de ficar por hoje, por mais alguns meses, alguns anos e até pela vida inteira?

Saiba e acredite: você não pode encantar e envolver quem quer que seja, se nem você mesmo conhece os seus encantos, a sua exclusividade, a sua capacidade de amar e recepcionar o outro.

Como poderá mostrar ao seu amor a pessoa especial que você é se nem você sabe, se não dedicou tempo nem consciência para se descobrir, se conhecer, desvendar suas particularidades?

Você espera por alguém interessante, bonito, inteligente, encantador, diferente, carinhoso, sincero... mas e você?! Tem se empenhado em crescer, aprender, melhorar, transmitir o "pedaço" precioso que existe em você (e só em você)? Exigir que a vida nos dê o melhor é o que temos feito sempre. Mas precisamos olhar para dentro de nós e perguntarmos o que é que temos dado à vida para merecermos o melhor. Sim! Porque é preciso merecer para ter!

O Universo é absolutamente justo e temos somente aquilo que merecemos. Conheça e disponibilize o melhor de si... e estará pronto tanto para amar, como para ser amado!

(Texto adaptado do livro Alma Gêmea)

Rosana Braga"





terça-feira, 12 de junho de 2007

domingo, 10 de junho de 2007

JUNHO: O MÊS DO ORGULHO GAY.

Caros Leitores,
Eventos marcantes da história da humanidade merecem que sejam lembrados para que não esqueçamos de dar valor ao momento histórico atual. Não no sentido de nos acomodarmos ou que sejamos pessimismistas. Mas sim pelo que temos de positivo.
No nosso caso, GLBTTS, é importantíssima a valorização do espaço que temos hoje em dia. Espaço esse que, sem dúvida, ainda teremos ampliado. Sim, ampliado. Isso porque, a despeito de tudo o que foi conquistado através das eras, há os renitentes que, em nome de suas bandeiras (ilegítimas por essência) arvoram-se no direito de agredir moral e fisicamente outro ser humano, somente porque expressa sua afetividade e/ou sexualidade de modo diverso.
Para os S, os recém autodescobertos e os que não conhecem a origem do 28 de junho como dia do orgulho gay, fiz uma colagem de informações e, claro, algumas imagens da delicadeza lezzz.
Espero atingir o objetivo e que vocês curtam.
Com carinho,
Mina Blixen.
PS: Obrigada pelas visitas, e-mails e comentários. =)
..
STONEWALL: Onde tudo começou
Joana Penteado e Maria Isabel Hossri
Ano de 1969. Uma semana após o Homem pisar na lua pela primeira vez, os freqüentadores do Stonewall Inn, pequeno bar localizado no Greenwich Village em Nova York (EUA), nem imaginavam que também entrariam para a História.

Em 27 de junho, o bar destinado ao público homossexual foi palco de uma batida policial. Embora o bar não fosse assumidamente gay, o que era proibido naquela época, a maior parte de seus clientes fazia parte deste segmento. Prisões e batidas policiais aconteciam com frequência em bares freqüentados por gays em Los Angeles e Nova York Em Stonewall, porém, foi a primeira vez que os gays reconheceram a opressão que sofriam e tomaram conhecimento de que aquilo precisava ser mudado.

Em um protesto violento, cerca de 400 pessoas revoltaram-se contra as prisões que estavam sendo feitas em Stonewall. Na noite seguinte, mais um grupo de pessoas reuniu-se em frente ao bar e protestou contra a ação da polícia. Após os incidentes, por dias seguidos, foram publicados em diversos jornais, como o The New York Times, artigos sobre a revolta e, senão apoiando, não atacando os homossexuais. Alguns, especialmente o Village Voice, deram todo o apoio aos rebelados.

Depois de alguns dias, membros de duas ONGs, (Mattachine Society, voltada para os gays e Daughters of Bilitis, voltada somente para as lésbicas) reuniram-se próximo dali, em Washington Square, num protesto que contou com cerca de 500 pessoas e foi considerada a primeira “Reunião da Força Gay (Gay Power)”.

A Mattachine Society foi uma ONG fundada em Los Angeles, em 1951 e tinha o objetivo de educar o público sobre a homossexualidade, dar assistência aos gays e ajudá-los a tratar de problemas como discriminação e injustiças, que eram causados devido o conservadorismo da sociedade. Era grande o número de homossexuais que se sentiam injustiçados perante a lei. Já a Daughter of Bilitis foi fundada em 1955, em São Francisco e teve seu nome retirado do livro “Canções de Bilitis” do autor francês Pierre Louy, que continha poemas que relatavam histórias de amor entre mulheres. A proposta da entidade era proporcionar às lésbicas um local de encontro fora dos bares, além de ajudá-las e instruí-las a reivindicarem seus direitos civis. Mas nenhuma das duas jamais tivera uma atuação tão às claras como naquele ano. A multidão de gays, lésbicas e travestis também voltou mais organizada, com uma atitude mais política, e alguns começaram a pichar frases nas vitrines e nas paredes, reclamando direitos iguais. Outros gritavam exigindo o fim das batidas nos bares gays. Novamente a multidão atirou pedras e garrafas em direção aos policiais e novamente a polícia investiu contra os manifestantes.

No terceiro dia, um domingo, as coisas pareciam ter voltado ao normal e o bar Stonewall foi reaberto. Seus clientes habituais voltaram, a polícia os deixou em paz por um tempo e os jornais acabaram se ocupando de outros assuntos. Mas na verdade tudo havia mudado. A partir daquele dia aqueles gays lésbicas e travestis perceberam que nunca iriam ser aceitos pela sociedade se ficassem apenas esperando e dependendo de sua boa vontade. A rebelião mostrou a eles que a atitude que deveria ser tomada era a do enfrentamento. O discurso mudou. Nada mais de pedir para ser aceito: era preciso exigir respeito.

A primeira Parada aconteceu em Nova York, um ano após o ocorrido. Stonewall, então, virou sinônimo de libertação sexual para o público homossexual. Muitas outras Paradas se seguiram a essa, em Washington, San Francisco e outras capitas dos Estados Unidos e do mundo. Já no Brasil, o processo foi mais longo. Apenas uma década depois, em 1978 seria criado o primeiro grupo gay, o paulistano Somos, que “abriu as portas” para outros grupos de apoio aos homossexuais. A década de oitenta chegou e de certa forma, ajudou o número de grupos de homossexuais a crescer, pois foi nessa época que surgiu a AIDS e suas adversidades. Estes grupos gays foram pioneiros na luta contra a doença – que, hoje sabemos, atinge todas as pessoas.

Hoje, o Dia Mundial do Orgulho Gay é comemorado em 28 de junho em mais de 140 países. Em homenagem ao “dia da batida policial” no Stonewall, aconteceram este ano – só no Brasil – 40 Paradas Gays, de maio a setembro, concentrando-se em junho. Inclui-se nessa lista a Parada do Orgulho GLTB de São Paulo, atualmente a maior do mundo, com um público estimado em 2 milhões e meio de pessoas. Ano passado, até o presidente Lula se manifestou: “A importância das paradas, que vem se espalhando pelo país e pelo mundo, é exatamente dar visibilidade aos homossexuais, bissexuais e transgêneros, que por muitos séculos não puderam se expor, muito menos reivindicar seus direitos como qualquer outro cidadão. A sociedade brasileira tem se sensibilizado com a luta pela visibilidade da diversidade sexual. Como diz Milton Nascimento: ‘Qualquer maneira de amor vale a pena. Qualquer maneira de amor vale amar’.” Foi a primeira vez que um presidente da República reconheceu as Paradas Gays.

Aquela noite
O testemunho de quem estava lá
Eric Marcus
“O lugar atraía gente bem diferente. Tinha drag queens, um bando de estudantes, uns mais novos, uns mais velhos, homens de negócios. Era um lugar interessante. Eu sempre encontrava meus amigos no Stonewall. Havia uma pista de dança, uma jukebox, algumas mesas. Tinha também uma área nos fundos, o que naquele tempo significava que outro bar funcionava lá atrás.

Na noite da batida, alguns homens de terno e gravata entraram e deram umas voltas pelo bar. Tava na cara que eram policiais. De repente, as luzes se acenderam, as portas foram trancadas e todos foram impedidos de sair até os policiais decidirem o que iam fazer. Eu estava ansioso, mas sem medo. Todo mundo estava ansioso, sem saber se seríamos todos presos ou o quê.

Dez ou quinze minutos depois, nos mandaram sair, em fila. Pediram a identidade de todo mundo. Quem tivesse sem, ou fosse menor de idade – e todas as drags – era retido e incarcerado temporariamente no roupeiro. Praticamente um armário. Mal sabia a polícia a ironia desse simbolismo. Mas eles descobriram rapidinho.

O povo ia sendo libertado, mas permanecia do lado de fora do bar. Ninguém ía embora. Todos esperavam os amigos saírem. As pessoas que passavam ali pela Christopher Street, que era uma rua bem movimentada na época, também começaram a se juntar na frente do bar. A multidão crescia e crescia.

Eu fiquei pra olhar também. Alguns gays que saíam do bar faziam uma reverência à multidão e seus amigos gritavam e assobiavam. Era bem divertido. Quando todo mundo que seria liberado saiu é que as coisas começaram a ficar tensas, Os que foram presos - na maioria gente travestida, e funcionários do bar - foram levados a um camburão estacionado na calçada, bem na frente do bar. Mas foram deixados lá, desguardados pela polícia, que entrou de volta no bar. Eles simplesmente desceram do camburão e saíram, pra alegria da multidão. Aquelas pessoas foram deixadas soltas deliberadamente, sem sombra de dúvida. Parecia haver alguma espécie de acordo entre a polícia e o pessoal do bar, de forma que eles não queriam realmente prender todo mundo, mas apenas parecer que estavam prendendo.

Quando todos saíram e os prisioneiros foram embora,a multidão ficou. Eu não sei exatamente por que, mas havia um misto de curiosidade e preocupação com o que havia acontecido. Até que algumas pessoas começaram a jogar moedas na calçada, na frente do Stonewall. E alguém jogou uma pedra, que quebrou uma das janelas do segundo andar. Todo mundo fez um "oohhhh" de espanto.

Pra mim, foi como se tivessem cutucado a ferida de um ódio que vinha crescendo há muito tempo a esse tipo de abordagem injusta e preconceituosa. Não era minha culpa que muitos bares onde eu podia encontrar outros gays eram de propriedade do crime organizado. Graças ao sistema de discriminação oficial por parte das autoridades e da corrupção da polícia (daí as moedas atiradas no início [e a frase pichada na frente do bar no dia seguinte ao tumulto: "Proibição aos gays corrompe os policiais e alimenta a máfia" (foto)]), estes eram os únicos bares onde era permitido servir homossexuais. Nada disso era culpa minha.

A tensão aumentou. Algumas outras pedras voaram. Alguém arrancou um parquímetro e quebrou o vidro da frente do bar. Outro pegou uma lata de lixo, colocou fogo e a atirou lá dentro. Os policiais usaram um extintor para apagar o fogo e depois o usaram na multidão para mantê-la à distância. Foi aí que o tumulto começou.”

Trecho do livro Making History, de Eric Marcus (p. 200-201) Tradução: Deco Ribeiro
Fonte dos dois textos acima: http://www.e-jovem.com/tema19.html






O Mês do Orgulho GLBT de São Paulo tem primado pela junção de parcerias, as mais diversas, com o intuito de movimentar todo o mês de junho e dar visibilidade aos temas de interesse de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais a toda a sociedade paulistana. As atividades vão desde a festiva e grandiosa Parada, na Avenida Paulista, que colore as capas de todos os jornais e enche as telas das TVs do país, até os discretos ciclos de oficinas e de debates que se espalham pela periferia longínqua da capital paulista, sensibilizando pessoas que nunca tiveram acesso a temas como direitos humanos de GLBT e prevenção em DST/aids.

Para entender o avanço dessa articulação de atividades - que envolvem visibilidade, diversão, celebração, debate, inclusão cultural, na saúde, no esporte -, é preciso conhecer a história desses dez anos. Foram anos de avanços e recuos, que levaram a um aprendizado sobre o que é possível fazer para tornar São Paulo uma das capitais mundiais da diversidade e da tolerância sexual.

Após dez anos, a Parada do Orgulho GLBT de São Paulo passou de uma manifestação social de 2000 pessoas, realizada, em 1997, para a maior manifestação pública desse tipo no mundo, conforme atesta o Guinness Book of Records. É inegável o reflexo dessa trajetória no aumento do respeito à diversidade, numa manifestação que é considerada marco para os movimentos sociais no Brasil e prova de que é possível fazer política sem perder a irreverência e a espontaneidade.

As paradas brasileiras surgiram a partir de meados da década de 90, num período de grande efervescência do movimento GLBT no Brasil. A referência do dia 28 de junho veio do marco histórico do movimento norte-americano pelos direitos civis de homossexuais. Em 1969, gays e travestis que freqüentavam o bar Stonewall, em Nova York, promoveram sua primeira rebelião contra as batidas policiais, durante dias de barricadas.

Com cerca de dois mil participantes, “de todos os lugares e profissões”, a 1a. parada tinha apenas um “trio” elétrico, graças à perua emprestada pelo Sindicato das Costureiras de São Paulo, que tocava MPB de três fitas k7. A 2ª. Parada, com sete mil pessoas, que reivindicavam seus direitos humanos, representou uma transição no processo de organização com a criação da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT). Em 1999, com 35 mil pessoas, a virada do milênio prometia muito orgulho GLBT, sigla usada pela primeira vez, dando visibilidade social e política a bissexuais, travestis e transexuais.

Com o salto para 120 mil participantes em 2000, a 4ª. parada ganha visibilidade nacional. Foi o ano do primeiro financiamento estatal, buscado no Ministério da Saúde, e do apoio da prefeitura. Também houve uma diversidade de atividades paralelas. Em 2001, começa a série de "gay days" em parques de diversões e a primeira feira Cultural, com expositores e shows de drag queens e transformistas. A data passa a ocorrer no feriado de Corpus Christi, o que favoreceu o crescimento turístico.

Com meio milhão, a parada de 2002 abordou o tema da educação, levando 25 trios elétricos para a Avenida Paulista. Com esses números, a manifestação insere-se entre as maiores do mundo. A visibilidade lésbica recebeu destaque com motoqueiras, percussionistas, bandas e cantoras. O primeiro milhão de pessoas veio em 2003, conquistando editorial celebrativo da imprensa pela "ampliação da democracia". O reconhecimento de GLBT na família foi o tema da 8ª. parada, que se tornou a maior do mundo, impressionando com números de infra-estrutura organizativa, apesar das enormes dificuldades financeiras.

Multiplicando-se todo ano por duas, a parada de 2005 reivindica aprovação do projeto de Parceria Civil entre pessoas do mesmo sexo, que continua tramitando no Congresso Nacional há mais de uma década. Após a 10ª. parada, a palavra homofobia vai para a “boca do povo”, com projetos de lei e programas sociais se espalhando por todo o país, assim como campanhas contra a discriminação e o preconceito contra GLBT. Em 2006, 200 agentes de saúde distribuíram preservativos durante a manifestação que teve sua organização questionada judicialmente, pela primeira vez, apesar da adesão de três milhões de pessoas.

Parte do trabalho da APOGLBT, em 2007, foi conquistar o direito de marchar pela Avenida Paulista, com o apoio governamental. Agora, com a contratação da Funprime, agência produtora de eventos que intensificou e profissionalizou a captação de recursos e apoios, a Parada deve trazer surpresas para o público e garantir condições logísticas adequadas para receber milhões de pessoas para a celebração da diversidade sexual. Num ano de violentas manifestações de intolerância contra GLBT, vários movimentos sociais se uniram "por um outro mundo possível, sem racismo, sem machismo e sem homofobia".


Fonte: site da Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros - APOGLBT
http://www.paradasp.org.br/parada2007/modules/articles/article.php?id=2



STONEWALL: COMO TUDO COMEÇOU


O Bar
Stonewall era um bar freqüentado por gays e travestis em Nova York no final da década de 60 que se destacava dos outros por permitir que os casais de mesmo sexo dançassem à vontade. É claro que, como todos os outros bares gays da cidade, Stonewall estava sujeito a ocasionais batidas policiais sob um pretexto qualquer - geralmente por falta de licença para vender bebidas alcoólicas. Durante essas batidas, os policiais além de fechar o estabelecimento, curiosamente, levavam presos todos os homens ou mulheres que estivessem travestidos.

O Dia
No dia 28 de junho de 1969 o bar Stonewall foi local de mais uma batida policial - mais uma vez sob a alegação de falta de licença para a venda de bebidas - e todos os travestis que se encontravam no bar foram recolhidos. Mas, ao contrário das outras vezes, as pessoas que foram liberadas pela polícia resolveram resistir - em solidariedade aos que foram presos - e não arredaram mais os pés dali. O clima foi ficando cada vez mais tenso. Gays e lésbicas de um lado e policiais do outro. E travestis, presos.

Deu no Village
Trecho do Village Voice. "De repente, o camburão chegou e o clima esquentou. Três das mais descaradas travestis - todas em drag - foram empurradas para dentro da viatura, junto com o barman e um outro funcionário, sob um coro de vaias da multidão. Alguém gritou conclamando o povo a virar o camburão. Nisso, saía do bar uma sapatona, que começou uma briga com os policiais. Foi nesse momento que a cena tornou-se explosiva. Latas e garrafas de cerveja começaram a ser atiradas em direção às janelas e uma chuva de moedas foi lançada sobre os tiras..."

A Rebelião
Quando viram a multidão enfurecida, os policiais se refugiaram dentro do próprio Stonewall para se proteger da cambada lá fora que começava, literalmente, a pôr fogo no bar. Acuados, os tiras apontaram extintores e mangueiras, jogando água em direção à multidão furiosa. Logo depois chegaram reforços policiais que tentaram dispersar o grupo rebelde. Mas de nada adiantou: o pessoal não saiu dali e voltou a se agrupar para vaiar os policiais atirando pedras, tijolos, garrafas e colocando fogo nas latas de lixo. Quando finalmente conseguiu acalmar a situação, a polícia voltou para a delegacia com um saldo de 13 presos.

A Luta Continua
No dia seguinte os policiais voltaram ao bar. Mas a multidão de gays, lésbicas e travestis também voltou mais organizada, com uma atitude mais política, e alguns começaram a pichar frases nas vitrines e nas paredes, reclamando direitos iguais. Outros gritavam exigindo o fim das batidas nos bares gays. Novamente a multidão atirou pedras e garrafas em direção aos policiais e novamente a polícia investiu contra os manifestantes.

No terceiro dia, um domingo, as coisas pareciam ter voltado ao normal e o bar Stonewall foi reaberto. Seus clientes habituais voltaram, a polícia os deixou em paz por um tempo e os jornais acabaram se ocupando de outros assuntos.

O Orgulho Gay
Mas na verdade tudo havia mudado. A partir daquele dia aqueles gays lésbicas e travestis sacaram que nunca iriam ser aceitos pela sociedade se ficassem apenas esperando e dependendo da boa vontade da sociedade. A rebelião mostrou a eles que a atitude que deveria ser tomada era a do enfrentamento. O discurso mudou. Nada mais de pedir para ser aceito: era preciso exigir respeito.

Foi assim que nasceu o Dia do Orgulho Gay coincidentemente, no mesmo dia em que morreu Judy Garland, ícone máximo da comunidade gay que, em "O Mágico de Oz", sonhava com um mundo melhor, além do arco-íris:

"Somewhere, over the rainbow, way up high,
There's a land that I heard of once in a lullaby.
Somewhere, over the rainbow, skies are blue,
And the dreams that you dare to dream really do come true."

Texto adaptado do especial de 30 anos de Stonewall do CIO, Mix Brasil http://mixbrasil.uol.com.br.








MMM

domingo, 3 de junho de 2007

M by Madonna




Quanto custarão as peças da coleção?
Alguém aí já comprou?


quarta-feira, 23 de maio de 2007

Espera

Grafic
de Carla Maio





Eu prometi a ela que vou esperá-la. Não porque eu ache bonito ou porque sinta obrigação, ou por um romantismo vazio. Não. Eu espero por ela, mesmo sentada, porque simplesmente a amo e isso se renova a cada dia, de variadas formas.

Maçante é a torcida contra das pessoas de mente curta, preconceituosas e que, por se saberem incapazes do que meu amor e eu vivemos, não acreditam na diferença. Preferem pautar a vida alheia pelo que de mais fraco vibra dentro de suas almas. Como aquele sujeito arrogante, arrotando uma pretensa sapiência mas que, dá pra ver nos seus olhos, é um cara amargo, incompleto. Que se escora em pessoas perdidas para conseguir se sobressair - ele acredita que pode - para tantas outras que nem sequer lhe dirigem a atenção. Não, esses papos não me afetam.

Eu que errei tanto, que sou humana, ela que, graças a Deus, é uma mulher tão humana também, é assim que a gente se ama. Errando, aprendendo e fazendo direito, como só a gente faz... E eu estaria louca de a deixar passar sem estar aqui esperando? Ela vem ao meu encontro, passando por aqui. E seguiremos juntas, de mãos dadas.

Olhando ali, vejo que logo, logo, ela despontará, atravessando o paço. Vindo em minha direção. E que abraço e que beijo, onde nos perderemos da descrença alheia, pra nos encontrarmos na fusão do amor intenso!

Por Mina.



..

sábado, 12 de maio de 2007

domingo, 6 de maio de 2007

Eleições presidenciais na França

Ségo não ganhou e a França e o Mundo perderam. Sarkozy levou a presidência por pouco mais de 6 pontos. Para onde suas políticas levarão? Confrontos não são novidade e já recomeçaram com as prévias da boca de urna. É esperar pra ver. E veremos! Mas a elegante e progressista Ségo, ainda bem, continua firme e forte. Agora, exercerá a força para o equilíbrio.

sábado, 5 de maio de 2007

Ségo presidente!!!

É o seguinte: eu não quero outro presidente conservador numa das grandes potências mundiais. Ademais, Ségolène Royal defende um programa socialista, abrangente e não excludente, bem como é mulher. Evolução. Isso já diz muito, não? Se tiver interesse, confira.

Viva Ségo!
Ségo presidente!!!

terça-feira, 1 de maio de 2007

Para quem gosta de ver... voilà!

Wallpapers pra vocês.

Fergie


Angelina Jolie

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Beleza pra ser vista

Ainda no assunto da postagem abaixo, acho até divertido pensar nas nossas fantasias morfológicas dos seres extraterrestres... São tantas possibilidades! Mas fica difícil imaginar um ser extraterrestre tão belo quanto a mulher (e o homem também, por que não?). Haveria distinção de sexo ou de gênero entre os alienígenas? O catolicismo nega a existência de outros seres racionais além de nós humanos. Mas também nega a naturalidade da diversidade sexual. Eu não me fixo nos dogmas católicos sem buscar um mínimo de sentido para mim, leiga na teologia, mas filha de Deus. Por isso, questiono muitos. Contudo, fica muito difícil imaginar uma "mulher alienígena". Talvez nem haja equivalência entre o que pra nós é a mulher e alguma vida racional alienígena. Não quero me prender a estereótipos e padrões de beleza, mas não posso negar que o ser retratado por A. Brito (foto abaixo) é belo. Fica aí para a apreciação geral...

Beijos,

Mina Blixen.


Power Lines
de A. Brito



...

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Aqui e lá...

Achado planeta habitável fora do sistema solar

PARIS – Cientistas de três centros de pesquisa – um francês, um português e outro suíço – descobriram o primeiro planeta fora do sistema solar que, por suas características de temperatura e composição, pode ser habitado. O estudo será divulgado nesta quinta-feira na revista "Astronomy and Astrophysics".

De acordo com o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França, o planeta está a 20,5 anos-luz da Terra, na constelação de Libra, e gira em volta de uma pequena estrela vermelha, a Gl581, uma das mais próximas de nosso sistema solar. Segundo os modelos usados pelos pesquisadores – que trabalharam em conjunto com o Observatório de Genebra e o Centro de Astronomia de Lisboa -, a temperatura se mantém entre 0 e 40 graus Celsius, compatível com a presença de água líquida na superfície.

O planeta parece ter uma constituição rochosa, coberta por um oceano, como na Terra, e leva 13 dias para percorres sua órbita entorno da estrela Gl581. A gravidade na sua superfície é 2,2 vezes maior que a da Terra, a sua massa é cinco vezes superior à do nosso planeta e o seu raio é 1,5 vez maior.

Diante das condições de temperatura e da proximidade do sistema solar, a equipe que fez a descoberta considera que se trata de um planeta apto a receber missões dedicadas a investigação de vida extraterrestre, em particular com o satélite de Darwin, que tem lançamento previsto pela Agência Espacial Européia para 2015.

Os mesmos pesquisadores já haviam localizado em 2005 outro planeta do sistema dessa mesma estrela, que percorre sua órbita em 5,4 dias. Agora, também perceberam um terceiro, que leva 84 dias para dar uma volta em torno da Gl581.

Para fazer estas descobertas, os astrônomos utilizaram um aparelho de última geração, instalado no telescópio gigante de La Silla, em pleno deserto do Atacama, no Chile.


Da Agência Globo/EFE


Proposta de Reflexão


Que a presença de água líquida enseja a vida tal qual a conhecemos é fato. Que a presença de água em estado líquido num planeta fora do sistema solar seja uma grande descoberta, vá lá, é uma grande descoberta!

Não sei se por influência do cinema, das histórias fantásticas, do imaginário popular, muita gente pensa em vida extraterrestre como uma existência mais evoluída do que a dos seres terrenos. E eu fico matutando... O ser evoluído é aquele que extrai o necessário (racionalmente) do meio ambiente para viver, é aquele que degradou para alcançar uma evolução tecnológica que não lhe compensará pelos danos ambientais inerentes, ou é aquele que, apesar de suas descobertas, ainda conseguirá usar a tecnologia de modo a sobreviver sem mais agredir tanto o entorno? Estamos longe disso, mesmo com tantos mea culpa – mesmo assim, importantíssimos.

Explico: pela nossa experiência, o homem foi o maior ser extrativista e degradador do nosso planeta. Durante muito tempo, extrair recursos naturais de modo a fazer com que o entorno fosse dominado e moldado ao seu bel prazer foi prática característica das ditas grandes civilizações. Como marcantes exemplos, temos o extrativismo na idade média e pós revolução industrial na Europa. Naquelas épocas, nem se pensava se um recurso natural seria renovável ou não. Pelo contrário, os recursos ambientais não tinham tal denominação nem passavam disso: materiais ou substâncias encontrados na natureza, potencialmente úteis ou valiosos ao homem. Mesmo hoje, encontramos resquícios desse modo de vida ao lembrarmos do posicionamento dos EUA, "o xerife do mundo", com relação ao Protocolo de Kyoto.

Seríamos nós, terráqueos, mais evoluídos do que os possíveis seres existentes além Via Láctea ou a verdadeira evolução estaria ligada a seres capazes de viver causando o mínimo de impacto ambiental possível no seu habitat? O que é ser racional? O impacto ambiental é algo inerente à coexistência das espécies. Mas o impacto ambiental pelo uso desordenado, irresponsável e, conseqüentemente, irracional dos recursos naturais é coisa própria do ser racional, o ser humano. Que ironia!

A tecnologia passa necessariamente por experiências de esgotamento de recursos naturais e a sua constatação ou seria possível que outros seres não terráqueos tenham-se dado conta de que poderiam alcançar desenvolvimento sem comprometer seu mundo e, assim, tenham sido conservacionistas?

A internacionalização da Amazônia é um tema recorrente. O que nos reservará a negociação Brasil X EUA do etanol, a concretização do PAC no nosso meio ambiente e uma provável destinação de expressiva parte do nosso solo para o cultivo das matérias-primas do biocombustível? Para a implementação de projetos de cultivo é preciso que sejam feitos estudos e relatórios de impacto ambiental sérios, não só analisando a monocultura, bem como o aspecto social do trabalho rural.

Há muito o que ser investigado e considerado, para que não soframos com radicalizações cegas.

domingo, 22 de abril de 2007

Tomara que a Ségolène Royal vença no segundo turno!

"Mais justa, a França será mais forte.
Ségolène Royal Presidente."



Quem é?

Marie Ségolène Royal (Dacar, Senegal, 22 de setembro de 1953) é uma política francesa e concorrente às eleições presidenciais de 2007 daquele país. Royal é membro do Partido Socialista

Graduada na ENA e no Institut d'Etudes Politiques de Paris, ela foi juíza (conseiller) de uma corte administrativa antes de se eleger para cargos políticos [2]. Deputada pelo departamento de Deux-Sèvres, Royal foi ministra nos governos Pierre Bérégovoy de 1992 a 1993 e do Governo Lionel Jospin de 1997 a 2002. Em 28 de março de 2004, ela foi eleita (com mais de 55% dos votos) à presidência da região de Poitou-Charentes, notavelmente derrotando a candidata do Primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin, Elizabeth Morin.

Ségolène e o líder socialista François Hollande, com quem tem quatro filhos, são parceiros desde a década de 1970. Os dois mantêm uma relação de acordo com o PACS ("pacto civil de solidaridade") que provém uma união civil entre dois adultos. No passado, ela criou campanhas contra a exposição de crianças de programas de TV violentos, incluindo desenhos animados como Le Ras-le-bol des bébés zappeurs.

Em 22 de setembro de 2005, o jornal francês Paris Match publicou uma entrevista em que ela declarava a sua intenção de concorrer à presidência em 2007. Após o governo francês ter pedido a batalha contra os distúrbios devido ao CPE (contrato do primeiro emprego), ela foi vista como líder oposicionista de Nicolas Sarkozy.
Em 7 de abril de 2006, Royal lançou uma campanha eleitoral pela Internet no site Désirs d'avenir (desejos do futuro), publicando o primeiro de dez capítulos de seu manifesto político.

Em 16 de Novembro de 2006, foi eleita pelo seu partido como candidata às eleições presidenciais de 2007.

Royal fala de assuntos que os políticos de esquerda franceses preferem não comentar como a delinqüencia juvenil que assola a França, que causa certo desconforto em seu próprio partido nos ataques a Sarkozy. Ela também não hesitou em criticar a lei que institui o período de trabalho de 35 horas semanais que Jospin aprovou como lei quando era primeiro-ministro.
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Entrevista a Ségolène Royal
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Entrevista à candidata do Partido socialista francês, realizada por Cécile Cornudet, Françoise Fressoz, Jean-Francis Pécresse e Dominique Seux, em Paris.
Tradução: Ana Pina
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#As sondagens indicam uma subida da intenção de voto em François Bayrou, facto que suscitou a formação de duas correntes de pensamento no seio do Partido Socialista Francês. Há aqueles que defendem que deve alinhar mais à esquerda e há também aqueles que preferem o caminho da social-democracia. Qual é a sua opinião?

Sou eu quem define o caminho a seguir. Sou como sou e vejo a realidade francesa tal como ela é. Proponho, por isso, soluções efectivas dizendo o que deve ser dito, sem ficar refém de um qualquer dogma. Não é fácil levar a cabo esta revolução: os franceses têm que aceitar que uma mulher pode exercer o poder.

#Se for eleita tenciona mudar a França em 100 dias [como prometeu, um dia, o primeiro-ministro Dominique de Villepin] ou em cinco anos [período do mandato]?

A crise profunda que hoje vivemos obriga a uma revolução. No Outono está prevista a realização de um referendo sobre as instituições nacionais para promover a representação proporcional, reforçar os poderes do Parlamento, impulsionar a democracia participativa através de júris constituídos por cidadãos, bem como para desenvolver a acção política, que diariamente nos dá provas e que tende a libertar-se da influência dos grupos de pressão. Tomarei ainda medidas que desbloqueiem imediatamente a economia.

#Tenciona mudar o equilíbrio que hoje existe entre o poder central e o poder local?

Um governo demasiado hierarquizado não é solução. Mais depressa provocaria o caos do que a ordem. Temos, contudo, de separar as responsabilidades entre as autoridades locais de uma forma clara e inequívoca. Só assim poderemos evitar a duplicação de funções. Para isso teremos de alterar o direito de veto do Senado nas questões institucionais.

#Qual será a sua primeira medida económica?

Emprego para os jovens. A dificuldade dos jovens, das pessoas qualificadas, em arranjar emprego muito tem contribuído para a degradação da sociedade francesa. Pessoalmente, tenciono seguir um modelo semelhante ao adoptado por Tony Blair no seu primeiro mandato: pediu às empresas que se empenhassem mais nesta matéria e rapidamente obteve resultados.

#“Emprego para os jovens” – Lembra o mote da campanha do antigo primeiro-ministro Lionel Jospin em 1997.

No caso que refere não se tratava de empregos no sector privado, salvo os referentes a instituições de caridade. Estes empregos visam não só servir de “rampa de lançamento” para os jovens como estimular o emprego no sector privado. A minha maior motivação reside no que tem vindo a acontecer ao nível regional: é realista fixar uma meta de 500 mil empregos para os próximos cinco anos, desde que se abandone a economia da desconfiança. Mais: as universidades terão de se empenhar mais na colocação dos seus alunos, obtendo em troca uma maior autonomia orçamental.

#Depois das conversações que manteve com os parceiros sociais sentiu que estão preparados para abandonar aquilo a que chama “economia da desconfiança”?

Senti que os sindicatos estão mais determinados do que o Medef (organização patronal francesa), que estão prontos para entrar numa nova era de relações industriais. O Medef, pelo contrário, está nervoso e tem ficado aquém das expectativas das pequenas e médias empresas. O presidente do Centro para os Jovens Directores mostra-se particularmente entusiasmado, por exemplo. Enquanto a lógica for “todos saem a ganhar”, os sindicatos estarão dispostos a negociar compromissos. E isso é prometedor.

#A representação sindical deve ser reformada. Como?

Através de eleições. Os sindicatos discordam entre si sobre o melhor caminho a seguir, por isso, o debate deve prosseguir. Aconteça o que acontecer, quero ser eu a criar as fundações para uma sindicalização maciça. Nenhum empregado deve recear sindicalizar-se.

#Não rejeitou recentemente a ideia de sindicalização compulsiva?

Era uma boa ideia, embora demasiado revolucionária. Por ora, pelo menos.

#Quais serão os temas fortes das negociações entre os parceiros sociais e que será decidido ao nível político?

A prioridade vai para a negociação. Negociar soluções é uma opção mais inteligente e duradoura. O debate sobre receitas e crescimento será, pois, o primeiro passo. O Estado vai garantir a qualidade das conversações e definir a meta a alcançar, isto é, o aumento do poder de compra. Acredito plenamente no diálogo social. Caberá ao Parlamento zelar pela correcta implementação dos acordos alcançados, bem como financiá-los. Para mim é prioritário reconciliar o país com as empresas. Como poderemos fazê-lo numa altura em que as empresas que integram o CAC 40 [principal índice accionista francês] anunciam os maiores lucros de sempre e em que os salários dos seus directores são escandalosos, quando as empresas subcontratadas atravessam tremendas dificuldades?

#O que a choca mais? Os lucros - 100 mil milhões de euros - das grandes empresas?

O que mais me choca é ver que há muito dinheiro de um lado e muitos danos sociais do outro. A lógica da “financialização” é economicamente destrutiva. A distribuição dos os lucros deve ser mais transparente para que possam ser reinvestidos, ajudando assim à manutenção de postos de trabalho. Até os economistas mais liberais defendem esta tese.

#Quem deve decidir sobre a distribuição dos lucros? Os accionistas, como acontece actualmente, ou o Estado?

O Estado também deve estar envolvido.

#Defende o aumento dos impostos sobre o capital?

Não se devem aumentar os impostos por uma questão de convicção, mas porque beneficiam as empresas de trabalho intensivo.

#No geral, trabalha-se o suficiente em França?

O país deve trabalhar mais, obviamente, dando trabalho aos que não o têm como os jovens e os mais idosos. As empresas que defendem um horário mais alargado já estão a implementar esse modelo.

#Que pensa do aumento da carga horária para mais de 35 horas semanais, especialmente no caso das pequenas empresas?

Os parceiros sociais vão negociar.

#Refere frequentemente a ajuda modular ou condicionada às empresas. Pode ser mais concreta?

Gostaria que a ajuda concedida às empresas reflectisse as suas políticas de emprego e a aposta na inovação, assim como a sua exposição internacional à concorrência.

#Teceu duras críticas à banca…

Porque não assume os riscos inerentes ao financiamento de empresas. Prefere deixar esse papel para as autoridades locais. Isso não é correcto, na medida em que os bancos devem ajudar as pequenas e médias empresas a desenvolver-se.

#Como deve ser ajustado o imposto sobre as sociedades?

Defendo a sua redução no caso das empresas exportadoras. Para ganhar a batalha económica é preciso conquistar mercados estrangeiros.

#Pode ser mais precisa quanto ao valor da redução?

Não vou avançar pormenores nesta fase. É uma decisão que compete ao governo e ao Parlamento tomarem.

#Uma empresa que não exporte sofreria, simultaneamente, com a redução fiscal e com o aumento do salário mínimo para 1.500 euros mensais. Não acha que pode ser um duro golpe?

Algumas empresas precisam de ajuda, outras não. Quero ajudar as que realmente precisam e pôr fim aos financiamentos sem critérios. A lógica prevalecente deve ser a de “dar e tirar”.

#A Alemanha recuperou a sua competitividade reduzindo os custos laborais. Não seria esta a melhor estratégia para França, ao invés do aumento do salário mínimo e dos salários mais baixos?

O poder de compra de quem aufere o salário mínimo [em França] é um dos mais baixos da Europa. Podemos ser competitivos com salários mais justos.

#Segundo o Eurostat o salário mínimo francês, em paridade de poder de compra, é um dos mais elevados da Europa.

Essa comparação tem por base os índices de preços, que não reflectem o verdadeiro poder de compra das pessoas que auferem dos salários mais baixos. Não é com empregos precários, em part-time e mal pagos que vamos ter trabalhadores motivados e eficientes.

#A resposta reside no IVA social?

Sabemos quais são as desvantagens do IVA social e sabemos que não é justo. Falando em sentido lato, é preciso harmonizar as regras. Gostaria que o enquadramento fiscal e social dos próximos anos estivesse bem definido antes do final do ano. Os actores económicos precisam de visibilidade.

#Tenciona manter as deduções salariais?

Sim. Não faço parte daqueles que dizem que é possível reduzir as contribuições sociais e a dívida pública. É impossível. Temos de ser realistas para não descredibilizar a política.

#Está de acordo com François Bayrou nesta matéria?

François Bayrou não tem programa – só diz gabarolices!

#Tenciona rever o imposto sobre os rendimentos?

A nova tabela acentuou escandalosamente as desigualdades, pelo que deve ser reformulada em conformidade com a lei orçamental de 2008. Não é justo penalizar os escalões mais altos.

#Pode ser mais específica sobre esta matéria? É legítimo que o povo francês queira saber qual vai ser a sua política fiscal antes das eleições.

Essa matéria está interligada com outras questões. É fundamental que os franceses aceitem a tributação definida, mas para isso terão de compreender o que é feito com o seu dinheiro. Defendo, pois, um orçamento participativo para que os franceses percebam qual o uso dado às receitas fiscais. É o que faço na região pela qual fui eleita. Claro que é mais difícil de implementar a nível nacional, mas devemos ponderar essa possibilidade.

#Não adoptou a ideia avançada pelo ex-ministro das Finanças, o socialista Dominique Srauss-Khan, de taxar os franceses que residem no estrangeiro?

Não acho necessário taxar todos os franceses que residem no estrangeiro para compensar os que optaram por domiciliar-se em países com menor carga fiscal. Posso citar um paradoxo a este propósito: a Direita aprovou um tecto fiscal para o total de impostos que se podem aplicar sobre os rendimentos individuais, mas isso não impediu que alguns dos seus amigos saíssem do país.

#Tenciona alterar o imposto sobre a riqueza [‘Impôt de Solidarité sur la Fortune’]?

Não.

#Iniciou o seu discurso em Villepinte denunciando o peso da dívida pública antes de anunciar as 100 propostas do seu programa de governo, muitas delas onerosas. Onde está a poupança?

Há margem de manobra na reforma do Estado. Precisamos de um Estado que funcione bem e que seja capaz de reduzir custos, ainda que de forma simbólica. Defendo a redução do número de ministros e, acima de tudo, a descentralização. Quando me encontrei com os primeiros-ministros espanhol e italiano, Rodríguez Zapatero e Romano Prodi, disseram-me que a redução dos custos do Estado só foi possível através da descentralização.

#Em França, a descentralização foi sempre acompanhada pela duplicação de funções e por uma maior despesa.

É precisamente isso que queremos evitar no futuro.

#O governo central também será obrigado a reduzir o número de funcionários públicos?

Sim. O governo central recusou-se, até agora, a perder poderes, mas é fundamental reduzir o número de funcionários públicos paralelamente à transferência de competências.

#Tendo em conta o total de funcionários do governo central e local, justifica-se essa redução?

É preciso maior mobilidade. Nicolas Sarkozy [candidato do centro-direita] afirma que não vai substituir um funcionário em cada dois. Isso é inaceitável, nós vamos fazê-lo para evitar a ruptura e a destruição dos serviços públicos. Uma afirmação destas transmite uma forte dose de desconfiança face aos funcionários públicos. É o mesmo que dizer que um em cada dois não serve para nada. A Direita não será capaz de levar por diante a reforma do Estado porque não acarinha a função pública. Eu serei capaz porque acredito na função pública.

#O Estado deve reforçar a sua participação na energética Electricité de France (EDF) para os 100%?

O Estado deve controlar a EDF, mas não me oponho à nacionalização. A criação de um sector energético europeu, o desenvolvimento das energias renováveis e o futuro da energia nuclear são aspectos vitais para o Estado e para o controlo que pretende exercer sobre o sector energético.

#É extremamente crítica em relação a Nicolas Sarkozy e mais moderada relativamente a François Bayrou.

Isso não é verdade. O que me assusta é a sua máxima: “não há gastos”. Acho-a muito perigosa. Se uma nação não investir nos pilares – universidades, pesquisa, inovação -, nunca conseguirá preparar-se para o futuro nem fazer face à globalização.
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Lavou, tá novo... enxugou, pode usar.

O Brasil tem jeito?

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sábado, 14 de abril de 2007

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Violinista famoso é ignorado ao tocar em metrô

O famoso violinista americano Joshua Bell mostrou que, apesar de tocar de forma magistral as mais belas composições clássicas, os usuários do metrô de Washington, a capital americana, são insensíveis ao seu virtuosismo. Em experimento descrito num artigo publicado no último domingo, o jornal The Washington Post convidou Bell, um dos melhores violinistas do mundo, para tocar no metrô da cidade, com o intuito de constatar a reação do povo à música do instrumentista.


Às 7h51 (hora local) do dia 12 de janeiro, na estação L'Enfant Plaza, centro da capital federal, o artista e ex-menino prodígio começou seu recital de seis melodias de diversos compositores clássicos diante de dezenas de pessoas que só pensavam em chegar a tempo ao trabalho.

A idéia do jornal era descobrir se a beleza seria capaz de chamar a atenção num contexto banal e num momento inadequado. Bell, vestido de calça jeans, camisa de manga comprida e boné, tocou seu Stradivarius de 1713, avaliado em US$ 3,5 milhões, para 1.097 pessoas que passaram a poucos metros de distância durante sua apresentação.

Ao longo dos 43 minutos em que tocou, o violinista (Indiana, 1967) arrecadou US$ 32,17 - posteriormente doados para instituições beneficentes -, valor bem abaixo dos US$ 100 que os amantes de sua música pagaram três dias antes por assentos razoáveis (não os melhores) no Boston Symphony Hall, que na ocasião teve lotação esgotada.

Na estação L'Enfant Plaza, fora dos grandes palcos e tendo como única companhia seu violino, Bell só foi reconhecido por uma pessoa, e poucas a mais pararam para ouvi-lo por alguns instantes.

Segundo o Post, Leonard Slatkin, diretor da Orquestra Sinfônica Nacional dos Estados Unidos, esperava que "entre 75 e 100 pessoas parariam e passariam um momento ouvindo" o artista, ainda que nenhuma delas fosse reconhecê-lo à primeira vista.

Na verdade, só três minutos e 63 pessoas depois, alguém se deu conta de que uma bela melodia ecoava no metrô. Um homem de meia idade foi o primeiro a tirar os olhos do chão e a desviá-los em direção a Bell, mesmo que por um segundo.

Trinta segundos mais tarde, uma pessoa depositou o primeiro dólar no estojo do violinista. No sexto minuto da apresentação, finalmente alguém decidiu parar por um momento e se apoiar numa das paredes da estação para apreciar a boa música que era tocada.

O violinista começou seu pequeno concerto popular tocando a "Chacona" (Partita nº 2), de Sebastian Bach. Depois, prosseguiu com a "Ave Maria", de Schubert, e a "Estrellita", de Manuel Ponce. Ao todo, foram sete os indivíduos que interromperam seus passos para ouvir Bell, enquanto 27 decidiram dar-lhe algum dinheiro.

Embora só uma mulher - que havia estado num de seus concertos - tenha reconhecido o instrumentista, de modo geral, as pessoas que pararam para ouvi-lo perceberam que não se tratava de um músico qualquer. "Era um violinista soberbo, nunca tinha ouvido nada assim. Ele dominava a técnica, seu fraseado (musical) era ótimo. E seu violino também era bom; tinha o som amplo, rico", descreveu John Piccarello, um supervisor do serviço postal que um dia tocou o instrumento.

Outro usuário do metrô que parou para ouvir o virtuoso violinista foi John David Motensen, funcionário do Departamento de Energia e que, sem os conhecimentos de Piccarello, disse ao Washington Post que a música de Bell fazia-o "sentir uma paz".

O redator do Post Gene Weingarten, que teve a idéia do experimento, disse nesta segunda-feira numa conversa com leitores do jornal que atrasou a publicação do artigo devido ao prêmio mais importante da música clássica, o Avery Fisher, que o artista recebe hoje. Segundo a publicação, os cidadãos de Washington confirmaram a máxima de que "a beleza está nos olho de quem vê". E, aparentemente, nos ouvidos de quem ouve.

Fonte: Notícias Terra

quarta-feira, 4 de abril de 2007


Beijar, curtir a felicidade enquanto não me escapa por entre os minutos. Porque meus dedos nada mais são do que ossos cobertos de carne - as partes moles.

Num raio X, um beijo. E de língua.

Nem foram minutos, mas segundos.

Foi beijo. Considero assim.

Mas deu tempo de ser feliz?

Deu. Mesmo que por parcos segundos.


Mina Blixen.

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