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quinta-feira, 26 de junho de 2008

APRENDIZADO

Eu queria pão, me deram circo
Eu queria festa, veio luxúria
Eu queria sexo, me deram vazio
Quis plenitude, me deram sede
Eu busquei água, me veio a seca
Queria banho, fez calor
Eu quis quentura, veio o frio
Eu quis frescor, me chegou fome
E, assim, domei minha vontade

Desejei pão, me deram chão
Desejei casa, me deram mar
Eu queria mar, me deram prazer
E quis morrer, me veio o gozo
Desejei colo, me deram lar
Fui me encontrar, você me achou
E, assim, domei a necessidade

Eu fiz uma promessa verdadeira
E renovei meus ciclos e desejos
Eu construí o resto de minha vida ao seu lado
E ganhei a eternidade!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Apego da Armada


Estou particularmente triste
As fogueiras de São João queimam
O vento traz o burburinho do forró
Imagino os pares dançando
Passeando de mãos dadas
Enquanto a noite passa pra mim
Que o coração arde mais do que a madeira
Que o coração bate mais que a zabumba
- Sinto uma saudade tão grande de ti!

Estou particularmente frágil
Uma dor no peito que queima
O vento sopra e me congela a face
Recordo a gente dançando
Passeando abraçadas
Enquanto a noite se finca em mim
Que o coração mais castigado do que madeira
Que o coração já mal o sangue bombeia
- Ai, que falta danada de ti!

Estou particularmente ausente
As roupas não me aquecem a pele
O vento traspassa minha pálida imagem
Que não consigo mais chegar em ti
Não mais passeamos, é fato!
Apenas a noite passeia nesse hiato
Onde descubro que não sou corpo
E percebo que não mais estou no teu mundo
- Oh, meu Deus! Vagueio sem ti!

sábado, 14 de junho de 2008

REFLEXÃO

Carvão que risca, dedo que passa
– esfuminho e arte
Corpo queimado, sentimento morto
– carbonizado, dolo
Palavras não ditas e palavras malditas
– atropelo, medo
O peito que dói, isso que corrói
– obsessão, veneno
Ainda olho ao redor como se eu fosse melhor que tudo de ruim que vejo
– cegueira e pretensão
Ainda me escondo por trás das más influências do outro plano
– pequenez pueril
No final, me arrependo das bobagens que disse e das tolices que fiz
– esperança

Por Mina Blixen

Quase um scrap

O vento sopra alegremente,
chamando-me pra janela,
ver o céu azul que tenta se descortinar insistente,
apesar das nuvens de chuva.
Mas eu não vou.
Prefiro ficar aqui na minha cadeira e sentindo o frescor,
a meio caminho da janela,
do corredor,
do quarto,
da cama,
pronta pra pular em cima de você, quando chegar.


por Mina Blixen.