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segunda-feira, 30 de abril de 2007

Beleza pra ser vista

Ainda no assunto da postagem abaixo, acho até divertido pensar nas nossas fantasias morfológicas dos seres extraterrestres... São tantas possibilidades! Mas fica difícil imaginar um ser extraterrestre tão belo quanto a mulher (e o homem também, por que não?). Haveria distinção de sexo ou de gênero entre os alienígenas? O catolicismo nega a existência de outros seres racionais além de nós humanos. Mas também nega a naturalidade da diversidade sexual. Eu não me fixo nos dogmas católicos sem buscar um mínimo de sentido para mim, leiga na teologia, mas filha de Deus. Por isso, questiono muitos. Contudo, fica muito difícil imaginar uma "mulher alienígena". Talvez nem haja equivalência entre o que pra nós é a mulher e alguma vida racional alienígena. Não quero me prender a estereótipos e padrões de beleza, mas não posso negar que o ser retratado por A. Brito (foto abaixo) é belo. Fica aí para a apreciação geral...

Beijos,

Mina Blixen.


Power Lines
de A. Brito



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quarta-feira, 25 de abril de 2007

Aqui e lá...

Achado planeta habitável fora do sistema solar

PARIS – Cientistas de três centros de pesquisa – um francês, um português e outro suíço – descobriram o primeiro planeta fora do sistema solar que, por suas características de temperatura e composição, pode ser habitado. O estudo será divulgado nesta quinta-feira na revista "Astronomy and Astrophysics".

De acordo com o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França, o planeta está a 20,5 anos-luz da Terra, na constelação de Libra, e gira em volta de uma pequena estrela vermelha, a Gl581, uma das mais próximas de nosso sistema solar. Segundo os modelos usados pelos pesquisadores – que trabalharam em conjunto com o Observatório de Genebra e o Centro de Astronomia de Lisboa -, a temperatura se mantém entre 0 e 40 graus Celsius, compatível com a presença de água líquida na superfície.

O planeta parece ter uma constituição rochosa, coberta por um oceano, como na Terra, e leva 13 dias para percorres sua órbita entorno da estrela Gl581. A gravidade na sua superfície é 2,2 vezes maior que a da Terra, a sua massa é cinco vezes superior à do nosso planeta e o seu raio é 1,5 vez maior.

Diante das condições de temperatura e da proximidade do sistema solar, a equipe que fez a descoberta considera que se trata de um planeta apto a receber missões dedicadas a investigação de vida extraterrestre, em particular com o satélite de Darwin, que tem lançamento previsto pela Agência Espacial Européia para 2015.

Os mesmos pesquisadores já haviam localizado em 2005 outro planeta do sistema dessa mesma estrela, que percorre sua órbita em 5,4 dias. Agora, também perceberam um terceiro, que leva 84 dias para dar uma volta em torno da Gl581.

Para fazer estas descobertas, os astrônomos utilizaram um aparelho de última geração, instalado no telescópio gigante de La Silla, em pleno deserto do Atacama, no Chile.


Da Agência Globo/EFE


Proposta de Reflexão


Que a presença de água líquida enseja a vida tal qual a conhecemos é fato. Que a presença de água em estado líquido num planeta fora do sistema solar seja uma grande descoberta, vá lá, é uma grande descoberta!

Não sei se por influência do cinema, das histórias fantásticas, do imaginário popular, muita gente pensa em vida extraterrestre como uma existência mais evoluída do que a dos seres terrenos. E eu fico matutando... O ser evoluído é aquele que extrai o necessário (racionalmente) do meio ambiente para viver, é aquele que degradou para alcançar uma evolução tecnológica que não lhe compensará pelos danos ambientais inerentes, ou é aquele que, apesar de suas descobertas, ainda conseguirá usar a tecnologia de modo a sobreviver sem mais agredir tanto o entorno? Estamos longe disso, mesmo com tantos mea culpa – mesmo assim, importantíssimos.

Explico: pela nossa experiência, o homem foi o maior ser extrativista e degradador do nosso planeta. Durante muito tempo, extrair recursos naturais de modo a fazer com que o entorno fosse dominado e moldado ao seu bel prazer foi prática característica das ditas grandes civilizações. Como marcantes exemplos, temos o extrativismo na idade média e pós revolução industrial na Europa. Naquelas épocas, nem se pensava se um recurso natural seria renovável ou não. Pelo contrário, os recursos ambientais não tinham tal denominação nem passavam disso: materiais ou substâncias encontrados na natureza, potencialmente úteis ou valiosos ao homem. Mesmo hoje, encontramos resquícios desse modo de vida ao lembrarmos do posicionamento dos EUA, "o xerife do mundo", com relação ao Protocolo de Kyoto.

Seríamos nós, terráqueos, mais evoluídos do que os possíveis seres existentes além Via Láctea ou a verdadeira evolução estaria ligada a seres capazes de viver causando o mínimo de impacto ambiental possível no seu habitat? O que é ser racional? O impacto ambiental é algo inerente à coexistência das espécies. Mas o impacto ambiental pelo uso desordenado, irresponsável e, conseqüentemente, irracional dos recursos naturais é coisa própria do ser racional, o ser humano. Que ironia!

A tecnologia passa necessariamente por experiências de esgotamento de recursos naturais e a sua constatação ou seria possível que outros seres não terráqueos tenham-se dado conta de que poderiam alcançar desenvolvimento sem comprometer seu mundo e, assim, tenham sido conservacionistas?

A internacionalização da Amazônia é um tema recorrente. O que nos reservará a negociação Brasil X EUA do etanol, a concretização do PAC no nosso meio ambiente e uma provável destinação de expressiva parte do nosso solo para o cultivo das matérias-primas do biocombustível? Para a implementação de projetos de cultivo é preciso que sejam feitos estudos e relatórios de impacto ambiental sérios, não só analisando a monocultura, bem como o aspecto social do trabalho rural.

Há muito o que ser investigado e considerado, para que não soframos com radicalizações cegas.

domingo, 22 de abril de 2007

Tomara que a Ségolène Royal vença no segundo turno!

"Mais justa, a França será mais forte.
Ségolène Royal Presidente."



Quem é?

Marie Ségolène Royal (Dacar, Senegal, 22 de setembro de 1953) é uma política francesa e concorrente às eleições presidenciais de 2007 daquele país. Royal é membro do Partido Socialista

Graduada na ENA e no Institut d'Etudes Politiques de Paris, ela foi juíza (conseiller) de uma corte administrativa antes de se eleger para cargos políticos [2]. Deputada pelo departamento de Deux-Sèvres, Royal foi ministra nos governos Pierre Bérégovoy de 1992 a 1993 e do Governo Lionel Jospin de 1997 a 2002. Em 28 de março de 2004, ela foi eleita (com mais de 55% dos votos) à presidência da região de Poitou-Charentes, notavelmente derrotando a candidata do Primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin, Elizabeth Morin.

Ségolène e o líder socialista François Hollande, com quem tem quatro filhos, são parceiros desde a década de 1970. Os dois mantêm uma relação de acordo com o PACS ("pacto civil de solidaridade") que provém uma união civil entre dois adultos. No passado, ela criou campanhas contra a exposição de crianças de programas de TV violentos, incluindo desenhos animados como Le Ras-le-bol des bébés zappeurs.

Em 22 de setembro de 2005, o jornal francês Paris Match publicou uma entrevista em que ela declarava a sua intenção de concorrer à presidência em 2007. Após o governo francês ter pedido a batalha contra os distúrbios devido ao CPE (contrato do primeiro emprego), ela foi vista como líder oposicionista de Nicolas Sarkozy.
Em 7 de abril de 2006, Royal lançou uma campanha eleitoral pela Internet no site Désirs d'avenir (desejos do futuro), publicando o primeiro de dez capítulos de seu manifesto político.

Em 16 de Novembro de 2006, foi eleita pelo seu partido como candidata às eleições presidenciais de 2007.

Royal fala de assuntos que os políticos de esquerda franceses preferem não comentar como a delinqüencia juvenil que assola a França, que causa certo desconforto em seu próprio partido nos ataques a Sarkozy. Ela também não hesitou em criticar a lei que institui o período de trabalho de 35 horas semanais que Jospin aprovou como lei quando era primeiro-ministro.
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Entrevista a Ségolène Royal
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Entrevista à candidata do Partido socialista francês, realizada por Cécile Cornudet, Françoise Fressoz, Jean-Francis Pécresse e Dominique Seux, em Paris.
Tradução: Ana Pina
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#As sondagens indicam uma subida da intenção de voto em François Bayrou, facto que suscitou a formação de duas correntes de pensamento no seio do Partido Socialista Francês. Há aqueles que defendem que deve alinhar mais à esquerda e há também aqueles que preferem o caminho da social-democracia. Qual é a sua opinião?

Sou eu quem define o caminho a seguir. Sou como sou e vejo a realidade francesa tal como ela é. Proponho, por isso, soluções efectivas dizendo o que deve ser dito, sem ficar refém de um qualquer dogma. Não é fácil levar a cabo esta revolução: os franceses têm que aceitar que uma mulher pode exercer o poder.

#Se for eleita tenciona mudar a França em 100 dias [como prometeu, um dia, o primeiro-ministro Dominique de Villepin] ou em cinco anos [período do mandato]?

A crise profunda que hoje vivemos obriga a uma revolução. No Outono está prevista a realização de um referendo sobre as instituições nacionais para promover a representação proporcional, reforçar os poderes do Parlamento, impulsionar a democracia participativa através de júris constituídos por cidadãos, bem como para desenvolver a acção política, que diariamente nos dá provas e que tende a libertar-se da influência dos grupos de pressão. Tomarei ainda medidas que desbloqueiem imediatamente a economia.

#Tenciona mudar o equilíbrio que hoje existe entre o poder central e o poder local?

Um governo demasiado hierarquizado não é solução. Mais depressa provocaria o caos do que a ordem. Temos, contudo, de separar as responsabilidades entre as autoridades locais de uma forma clara e inequívoca. Só assim poderemos evitar a duplicação de funções. Para isso teremos de alterar o direito de veto do Senado nas questões institucionais.

#Qual será a sua primeira medida económica?

Emprego para os jovens. A dificuldade dos jovens, das pessoas qualificadas, em arranjar emprego muito tem contribuído para a degradação da sociedade francesa. Pessoalmente, tenciono seguir um modelo semelhante ao adoptado por Tony Blair no seu primeiro mandato: pediu às empresas que se empenhassem mais nesta matéria e rapidamente obteve resultados.

#“Emprego para os jovens” – Lembra o mote da campanha do antigo primeiro-ministro Lionel Jospin em 1997.

No caso que refere não se tratava de empregos no sector privado, salvo os referentes a instituições de caridade. Estes empregos visam não só servir de “rampa de lançamento” para os jovens como estimular o emprego no sector privado. A minha maior motivação reside no que tem vindo a acontecer ao nível regional: é realista fixar uma meta de 500 mil empregos para os próximos cinco anos, desde que se abandone a economia da desconfiança. Mais: as universidades terão de se empenhar mais na colocação dos seus alunos, obtendo em troca uma maior autonomia orçamental.

#Depois das conversações que manteve com os parceiros sociais sentiu que estão preparados para abandonar aquilo a que chama “economia da desconfiança”?

Senti que os sindicatos estão mais determinados do que o Medef (organização patronal francesa), que estão prontos para entrar numa nova era de relações industriais. O Medef, pelo contrário, está nervoso e tem ficado aquém das expectativas das pequenas e médias empresas. O presidente do Centro para os Jovens Directores mostra-se particularmente entusiasmado, por exemplo. Enquanto a lógica for “todos saem a ganhar”, os sindicatos estarão dispostos a negociar compromissos. E isso é prometedor.

#A representação sindical deve ser reformada. Como?

Através de eleições. Os sindicatos discordam entre si sobre o melhor caminho a seguir, por isso, o debate deve prosseguir. Aconteça o que acontecer, quero ser eu a criar as fundações para uma sindicalização maciça. Nenhum empregado deve recear sindicalizar-se.

#Não rejeitou recentemente a ideia de sindicalização compulsiva?

Era uma boa ideia, embora demasiado revolucionária. Por ora, pelo menos.

#Quais serão os temas fortes das negociações entre os parceiros sociais e que será decidido ao nível político?

A prioridade vai para a negociação. Negociar soluções é uma opção mais inteligente e duradoura. O debate sobre receitas e crescimento será, pois, o primeiro passo. O Estado vai garantir a qualidade das conversações e definir a meta a alcançar, isto é, o aumento do poder de compra. Acredito plenamente no diálogo social. Caberá ao Parlamento zelar pela correcta implementação dos acordos alcançados, bem como financiá-los. Para mim é prioritário reconciliar o país com as empresas. Como poderemos fazê-lo numa altura em que as empresas que integram o CAC 40 [principal índice accionista francês] anunciam os maiores lucros de sempre e em que os salários dos seus directores são escandalosos, quando as empresas subcontratadas atravessam tremendas dificuldades?

#O que a choca mais? Os lucros - 100 mil milhões de euros - das grandes empresas?

O que mais me choca é ver que há muito dinheiro de um lado e muitos danos sociais do outro. A lógica da “financialização” é economicamente destrutiva. A distribuição dos os lucros deve ser mais transparente para que possam ser reinvestidos, ajudando assim à manutenção de postos de trabalho. Até os economistas mais liberais defendem esta tese.

#Quem deve decidir sobre a distribuição dos lucros? Os accionistas, como acontece actualmente, ou o Estado?

O Estado também deve estar envolvido.

#Defende o aumento dos impostos sobre o capital?

Não se devem aumentar os impostos por uma questão de convicção, mas porque beneficiam as empresas de trabalho intensivo.

#No geral, trabalha-se o suficiente em França?

O país deve trabalhar mais, obviamente, dando trabalho aos que não o têm como os jovens e os mais idosos. As empresas que defendem um horário mais alargado já estão a implementar esse modelo.

#Que pensa do aumento da carga horária para mais de 35 horas semanais, especialmente no caso das pequenas empresas?

Os parceiros sociais vão negociar.

#Refere frequentemente a ajuda modular ou condicionada às empresas. Pode ser mais concreta?

Gostaria que a ajuda concedida às empresas reflectisse as suas políticas de emprego e a aposta na inovação, assim como a sua exposição internacional à concorrência.

#Teceu duras críticas à banca…

Porque não assume os riscos inerentes ao financiamento de empresas. Prefere deixar esse papel para as autoridades locais. Isso não é correcto, na medida em que os bancos devem ajudar as pequenas e médias empresas a desenvolver-se.

#Como deve ser ajustado o imposto sobre as sociedades?

Defendo a sua redução no caso das empresas exportadoras. Para ganhar a batalha económica é preciso conquistar mercados estrangeiros.

#Pode ser mais precisa quanto ao valor da redução?

Não vou avançar pormenores nesta fase. É uma decisão que compete ao governo e ao Parlamento tomarem.

#Uma empresa que não exporte sofreria, simultaneamente, com a redução fiscal e com o aumento do salário mínimo para 1.500 euros mensais. Não acha que pode ser um duro golpe?

Algumas empresas precisam de ajuda, outras não. Quero ajudar as que realmente precisam e pôr fim aos financiamentos sem critérios. A lógica prevalecente deve ser a de “dar e tirar”.

#A Alemanha recuperou a sua competitividade reduzindo os custos laborais. Não seria esta a melhor estratégia para França, ao invés do aumento do salário mínimo e dos salários mais baixos?

O poder de compra de quem aufere o salário mínimo [em França] é um dos mais baixos da Europa. Podemos ser competitivos com salários mais justos.

#Segundo o Eurostat o salário mínimo francês, em paridade de poder de compra, é um dos mais elevados da Europa.

Essa comparação tem por base os índices de preços, que não reflectem o verdadeiro poder de compra das pessoas que auferem dos salários mais baixos. Não é com empregos precários, em part-time e mal pagos que vamos ter trabalhadores motivados e eficientes.

#A resposta reside no IVA social?

Sabemos quais são as desvantagens do IVA social e sabemos que não é justo. Falando em sentido lato, é preciso harmonizar as regras. Gostaria que o enquadramento fiscal e social dos próximos anos estivesse bem definido antes do final do ano. Os actores económicos precisam de visibilidade.

#Tenciona manter as deduções salariais?

Sim. Não faço parte daqueles que dizem que é possível reduzir as contribuições sociais e a dívida pública. É impossível. Temos de ser realistas para não descredibilizar a política.

#Está de acordo com François Bayrou nesta matéria?

François Bayrou não tem programa – só diz gabarolices!

#Tenciona rever o imposto sobre os rendimentos?

A nova tabela acentuou escandalosamente as desigualdades, pelo que deve ser reformulada em conformidade com a lei orçamental de 2008. Não é justo penalizar os escalões mais altos.

#Pode ser mais específica sobre esta matéria? É legítimo que o povo francês queira saber qual vai ser a sua política fiscal antes das eleições.

Essa matéria está interligada com outras questões. É fundamental que os franceses aceitem a tributação definida, mas para isso terão de compreender o que é feito com o seu dinheiro. Defendo, pois, um orçamento participativo para que os franceses percebam qual o uso dado às receitas fiscais. É o que faço na região pela qual fui eleita. Claro que é mais difícil de implementar a nível nacional, mas devemos ponderar essa possibilidade.

#Não adoptou a ideia avançada pelo ex-ministro das Finanças, o socialista Dominique Srauss-Khan, de taxar os franceses que residem no estrangeiro?

Não acho necessário taxar todos os franceses que residem no estrangeiro para compensar os que optaram por domiciliar-se em países com menor carga fiscal. Posso citar um paradoxo a este propósito: a Direita aprovou um tecto fiscal para o total de impostos que se podem aplicar sobre os rendimentos individuais, mas isso não impediu que alguns dos seus amigos saíssem do país.

#Tenciona alterar o imposto sobre a riqueza [‘Impôt de Solidarité sur la Fortune’]?

Não.

#Iniciou o seu discurso em Villepinte denunciando o peso da dívida pública antes de anunciar as 100 propostas do seu programa de governo, muitas delas onerosas. Onde está a poupança?

Há margem de manobra na reforma do Estado. Precisamos de um Estado que funcione bem e que seja capaz de reduzir custos, ainda que de forma simbólica. Defendo a redução do número de ministros e, acima de tudo, a descentralização. Quando me encontrei com os primeiros-ministros espanhol e italiano, Rodríguez Zapatero e Romano Prodi, disseram-me que a redução dos custos do Estado só foi possível através da descentralização.

#Em França, a descentralização foi sempre acompanhada pela duplicação de funções e por uma maior despesa.

É precisamente isso que queremos evitar no futuro.

#O governo central também será obrigado a reduzir o número de funcionários públicos?

Sim. O governo central recusou-se, até agora, a perder poderes, mas é fundamental reduzir o número de funcionários públicos paralelamente à transferência de competências.

#Tendo em conta o total de funcionários do governo central e local, justifica-se essa redução?

É preciso maior mobilidade. Nicolas Sarkozy [candidato do centro-direita] afirma que não vai substituir um funcionário em cada dois. Isso é inaceitável, nós vamos fazê-lo para evitar a ruptura e a destruição dos serviços públicos. Uma afirmação destas transmite uma forte dose de desconfiança face aos funcionários públicos. É o mesmo que dizer que um em cada dois não serve para nada. A Direita não será capaz de levar por diante a reforma do Estado porque não acarinha a função pública. Eu serei capaz porque acredito na função pública.

#O Estado deve reforçar a sua participação na energética Electricité de France (EDF) para os 100%?

O Estado deve controlar a EDF, mas não me oponho à nacionalização. A criação de um sector energético europeu, o desenvolvimento das energias renováveis e o futuro da energia nuclear são aspectos vitais para o Estado e para o controlo que pretende exercer sobre o sector energético.

#É extremamente crítica em relação a Nicolas Sarkozy e mais moderada relativamente a François Bayrou.

Isso não é verdade. O que me assusta é a sua máxima: “não há gastos”. Acho-a muito perigosa. Se uma nação não investir nos pilares – universidades, pesquisa, inovação -, nunca conseguirá preparar-se para o futuro nem fazer face à globalização.
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Lavou, tá novo... enxugou, pode usar.

O Brasil tem jeito?

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sábado, 14 de abril de 2007

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Violinista famoso é ignorado ao tocar em metrô

O famoso violinista americano Joshua Bell mostrou que, apesar de tocar de forma magistral as mais belas composições clássicas, os usuários do metrô de Washington, a capital americana, são insensíveis ao seu virtuosismo. Em experimento descrito num artigo publicado no último domingo, o jornal The Washington Post convidou Bell, um dos melhores violinistas do mundo, para tocar no metrô da cidade, com o intuito de constatar a reação do povo à música do instrumentista.


Às 7h51 (hora local) do dia 12 de janeiro, na estação L'Enfant Plaza, centro da capital federal, o artista e ex-menino prodígio começou seu recital de seis melodias de diversos compositores clássicos diante de dezenas de pessoas que só pensavam em chegar a tempo ao trabalho.

A idéia do jornal era descobrir se a beleza seria capaz de chamar a atenção num contexto banal e num momento inadequado. Bell, vestido de calça jeans, camisa de manga comprida e boné, tocou seu Stradivarius de 1713, avaliado em US$ 3,5 milhões, para 1.097 pessoas que passaram a poucos metros de distância durante sua apresentação.

Ao longo dos 43 minutos em que tocou, o violinista (Indiana, 1967) arrecadou US$ 32,17 - posteriormente doados para instituições beneficentes -, valor bem abaixo dos US$ 100 que os amantes de sua música pagaram três dias antes por assentos razoáveis (não os melhores) no Boston Symphony Hall, que na ocasião teve lotação esgotada.

Na estação L'Enfant Plaza, fora dos grandes palcos e tendo como única companhia seu violino, Bell só foi reconhecido por uma pessoa, e poucas a mais pararam para ouvi-lo por alguns instantes.

Segundo o Post, Leonard Slatkin, diretor da Orquestra Sinfônica Nacional dos Estados Unidos, esperava que "entre 75 e 100 pessoas parariam e passariam um momento ouvindo" o artista, ainda que nenhuma delas fosse reconhecê-lo à primeira vista.

Na verdade, só três minutos e 63 pessoas depois, alguém se deu conta de que uma bela melodia ecoava no metrô. Um homem de meia idade foi o primeiro a tirar os olhos do chão e a desviá-los em direção a Bell, mesmo que por um segundo.

Trinta segundos mais tarde, uma pessoa depositou o primeiro dólar no estojo do violinista. No sexto minuto da apresentação, finalmente alguém decidiu parar por um momento e se apoiar numa das paredes da estação para apreciar a boa música que era tocada.

O violinista começou seu pequeno concerto popular tocando a "Chacona" (Partita nº 2), de Sebastian Bach. Depois, prosseguiu com a "Ave Maria", de Schubert, e a "Estrellita", de Manuel Ponce. Ao todo, foram sete os indivíduos que interromperam seus passos para ouvir Bell, enquanto 27 decidiram dar-lhe algum dinheiro.

Embora só uma mulher - que havia estado num de seus concertos - tenha reconhecido o instrumentista, de modo geral, as pessoas que pararam para ouvi-lo perceberam que não se tratava de um músico qualquer. "Era um violinista soberbo, nunca tinha ouvido nada assim. Ele dominava a técnica, seu fraseado (musical) era ótimo. E seu violino também era bom; tinha o som amplo, rico", descreveu John Piccarello, um supervisor do serviço postal que um dia tocou o instrumento.

Outro usuário do metrô que parou para ouvir o virtuoso violinista foi John David Motensen, funcionário do Departamento de Energia e que, sem os conhecimentos de Piccarello, disse ao Washington Post que a música de Bell fazia-o "sentir uma paz".

O redator do Post Gene Weingarten, que teve a idéia do experimento, disse nesta segunda-feira numa conversa com leitores do jornal que atrasou a publicação do artigo devido ao prêmio mais importante da música clássica, o Avery Fisher, que o artista recebe hoje. Segundo a publicação, os cidadãos de Washington confirmaram a máxima de que "a beleza está nos olho de quem vê". E, aparentemente, nos ouvidos de quem ouve.

Fonte: Notícias Terra

quarta-feira, 4 de abril de 2007


Beijar, curtir a felicidade enquanto não me escapa por entre os minutos. Porque meus dedos nada mais são do que ossos cobertos de carne - as partes moles.

Num raio X, um beijo. E de língua.

Nem foram minutos, mas segundos.

Foi beijo. Considero assim.

Mas deu tempo de ser feliz?

Deu. Mesmo que por parcos segundos.


Mina Blixen.

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