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quarta-feira, 25 de abril de 2007

Aqui e lá...

Achado planeta habitável fora do sistema solar

PARIS – Cientistas de três centros de pesquisa – um francês, um português e outro suíço – descobriram o primeiro planeta fora do sistema solar que, por suas características de temperatura e composição, pode ser habitado. O estudo será divulgado nesta quinta-feira na revista "Astronomy and Astrophysics".

De acordo com o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França, o planeta está a 20,5 anos-luz da Terra, na constelação de Libra, e gira em volta de uma pequena estrela vermelha, a Gl581, uma das mais próximas de nosso sistema solar. Segundo os modelos usados pelos pesquisadores – que trabalharam em conjunto com o Observatório de Genebra e o Centro de Astronomia de Lisboa -, a temperatura se mantém entre 0 e 40 graus Celsius, compatível com a presença de água líquida na superfície.

O planeta parece ter uma constituição rochosa, coberta por um oceano, como na Terra, e leva 13 dias para percorres sua órbita entorno da estrela Gl581. A gravidade na sua superfície é 2,2 vezes maior que a da Terra, a sua massa é cinco vezes superior à do nosso planeta e o seu raio é 1,5 vez maior.

Diante das condições de temperatura e da proximidade do sistema solar, a equipe que fez a descoberta considera que se trata de um planeta apto a receber missões dedicadas a investigação de vida extraterrestre, em particular com o satélite de Darwin, que tem lançamento previsto pela Agência Espacial Européia para 2015.

Os mesmos pesquisadores já haviam localizado em 2005 outro planeta do sistema dessa mesma estrela, que percorre sua órbita em 5,4 dias. Agora, também perceberam um terceiro, que leva 84 dias para dar uma volta em torno da Gl581.

Para fazer estas descobertas, os astrônomos utilizaram um aparelho de última geração, instalado no telescópio gigante de La Silla, em pleno deserto do Atacama, no Chile.


Da Agência Globo/EFE


Proposta de Reflexão


Que a presença de água líquida enseja a vida tal qual a conhecemos é fato. Que a presença de água em estado líquido num planeta fora do sistema solar seja uma grande descoberta, vá lá, é uma grande descoberta!

Não sei se por influência do cinema, das histórias fantásticas, do imaginário popular, muita gente pensa em vida extraterrestre como uma existência mais evoluída do que a dos seres terrenos. E eu fico matutando... O ser evoluído é aquele que extrai o necessário (racionalmente) do meio ambiente para viver, é aquele que degradou para alcançar uma evolução tecnológica que não lhe compensará pelos danos ambientais inerentes, ou é aquele que, apesar de suas descobertas, ainda conseguirá usar a tecnologia de modo a sobreviver sem mais agredir tanto o entorno? Estamos longe disso, mesmo com tantos mea culpa – mesmo assim, importantíssimos.

Explico: pela nossa experiência, o homem foi o maior ser extrativista e degradador do nosso planeta. Durante muito tempo, extrair recursos naturais de modo a fazer com que o entorno fosse dominado e moldado ao seu bel prazer foi prática característica das ditas grandes civilizações. Como marcantes exemplos, temos o extrativismo na idade média e pós revolução industrial na Europa. Naquelas épocas, nem se pensava se um recurso natural seria renovável ou não. Pelo contrário, os recursos ambientais não tinham tal denominação nem passavam disso: materiais ou substâncias encontrados na natureza, potencialmente úteis ou valiosos ao homem. Mesmo hoje, encontramos resquícios desse modo de vida ao lembrarmos do posicionamento dos EUA, "o xerife do mundo", com relação ao Protocolo de Kyoto.

Seríamos nós, terráqueos, mais evoluídos do que os possíveis seres existentes além Via Láctea ou a verdadeira evolução estaria ligada a seres capazes de viver causando o mínimo de impacto ambiental possível no seu habitat? O que é ser racional? O impacto ambiental é algo inerente à coexistência das espécies. Mas o impacto ambiental pelo uso desordenado, irresponsável e, conseqüentemente, irracional dos recursos naturais é coisa própria do ser racional, o ser humano. Que ironia!

A tecnologia passa necessariamente por experiências de esgotamento de recursos naturais e a sua constatação ou seria possível que outros seres não terráqueos tenham-se dado conta de que poderiam alcançar desenvolvimento sem comprometer seu mundo e, assim, tenham sido conservacionistas?

A internacionalização da Amazônia é um tema recorrente. O que nos reservará a negociação Brasil X EUA do etanol, a concretização do PAC no nosso meio ambiente e uma provável destinação de expressiva parte do nosso solo para o cultivo das matérias-primas do biocombustível? Para a implementação de projetos de cultivo é preciso que sejam feitos estudos e relatórios de impacto ambiental sérios, não só analisando a monocultura, bem como o aspecto social do trabalho rural.

Há muito o que ser investigado e considerado, para que não soframos com radicalizações cegas.

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