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segunda-feira, 11 de setembro de 2006

O 11.09 e algumas reflexões minhas






NOTA: Recebi as imagens acima num correio eletrônico de um amigo, na forma de apresentação. Para melhor visualizá-las, clique duas vezes sobre cada uma delas e a imagem se abrirá numa nova tela. Dependendo do navegador que você esteja usando, a imagem ainda poderá conter botão para que seja ampliada. Caso deseje a apresentação, é só me pedir em comentário ou por correio eletrônico.


Dia 11 de setembro. Uma data em que se marca o nascimento, a morte, a fundação, o golpe, o atentado. Tantos fatos sucedem-se em profusão todos os dias no nosso mundo e no Universo. Fatos de pessoas desconhecidas e de celebridades.

No cenário internacional e no continente americano, temos dois grandes marcos:

- 11.09.1973: o general Augusto Pinochet, liderando as forças armadas chilenas, derrubou o governo de Salvador Allende, eleito democraticamente, contando com o apoio e financiamento de setores da economia mundial que apostavam nas ditaduras como meio de facilitar seus interesses. Não se pode deixar de registrar que os EUA reconheceram o novo governo (ditatorial) do Chile em apenas 15 dias após o golpe. Tal conduta norte-americana foi renovada em relação aos demais governos ditatoriais que se sucederam na América Latina. A política externa norte-americana financiou muitos golpes ao redor do mundo. Minha impressão pessoal? Eu era criancinha e não havia a notícia em tempo real com a tecnologia dos dias de hoje. Não, eu não sofri o impacto da notícia e só vim estudar o assunto após o fim da nossa última ditadura... O que ficou? Outro lamentável registro de vários crimes contra a humanidade cometidos por uma ditadura militar.

- 11.09.2001: Eu me preparava para ir trabalhar, quando vi na internet as primeiras notícias sobre os atentados em solo norte-americano. Consternação, estupor era o que se noticiava. Naquele dia eu levei para o trabalho meu bom radinho de pilha, para saber do que acontecia no mundo e nos EUA. E logo me preocupei com parentes e amigos. O imediato dos laços afetivos faz isso. Depois, a perplexidade em face da magnitude e do significado daquilo tudo. O fato de ter acesso a variadas fontes de informação e ver tudo a distância me facilitou a visão para além do modelo americano que vem nos colonizando há tantas décadas. Eu e mais meio mundo de gente, para não dizer a esmagadora maioria das pessoas com as quais me relaciono... A impressão que ficou? Impacto imediato, surpresa e, mais uma vez, a certeza de que para toda ação há uma reação. Dominação, conflitos, guerras, terrorismo, isso tudo sempre fez parte da história. O que presenciamos é mais um lance de sofisticadas modalidades de exteriorização do lado sombrio da existência. E, nem por isso, vamos negar a luz e a ética em prol do bem comum em busca da mitigação do sacrifício extremo de nossos pares.

Há os céticos, os crédulos, os limitados. Há os que não têm nem como alimentar o corpo, muito menos alimentar o senso crítico acerca do que ocorre no cenário internacional e que nos afeta, sim, nas atividades mais comezinhas. Existimos nós, que aqui estamos, que formamos opinião em razão de nossa atividade profissional, de nossas ferramentas de trabalho e de lazer. Nós que temos comida e teto. Nós que lemos e escrevemos. Nós que, por mais descrentes que estejamos com relação ao mundo e seus valores, votaremos aqui no Brasil. Nós, de diversos lugares, que nos encontramos nos blogs, nos grupos de discussão e que, não raro, nos sentimos tão pequenos e impotentes. Nós que, por termos a dimensão da diversidade em nós mesmos, sofremos o preconceito de uma forma ou de outra: direta ou indiretamente, em casa ou na rua, de quem sabe ou não de nossa crença religiosa, de nosso grupo social, de nossa faixa de renda, de nossa profissão, de nossa faixa etária, de nossa orientação sexual, de nossa cor, de nossa ideologia etc.

Neste 11.09.2006, renovo meu desejo de paz e solidariedade entre os povos muito além do que o american way of life consegue compreender e aceitar, muito mais do que nós somos programados para comprar e consumir pelos olhos, pelos ouvidos, pelo nariz, pela boca, pela pele...

Que consigamos nos libertar das formatações, pois a natureza e, claro, o ser humano são tão diversos quanto cada ser existente. Somos todos e cada um muito mais do que reservas, riquezas, poderio bélico, dogmas religiosos, meros corpos, meros consumidores, papéis pré-estabelecidos e rotulados, elementos de dominação, enfim. Sim, somos muito mais!

Se não aceitarmos, não nos conscientizarmos disso e não vivenciarmos efetivamente nossas multifárias funções no mundo, do que adianta existirmos? Antes de tudo, isso é uma questão de essência e, conseqüentemente, de ética.

Minha indignação e resistência à padronização do seres tolhendo sua essência e meu carinho aos leitores. Se lerem isso e refletirem sobre, já fico satisfeita para o momento.

Mina Blixen.

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