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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
A DOR
Espetou-me os olhos tal qual alfinete sem fim
Ricocheteou na nuca de suor frio imediato
Afundou-se na garganta deixando rastro de fel
Varou-me as entranhas sem nenhum pudor
Senti-me desfalecendo, sem acreditar no que via
Mais fácil seria duvidar de minha sanidade
Mas não era mentira, tampouco ilusão de espelhos
Embora o chão que a meus pés se abria
E o mundo que me rodava a cabeça
Era isto: a vida atirando-me a sua realidade
Era um golpe daqueles que nos mudam pra sempre
A dor faz isso, sabe?
Bifurca o caminho
Ou somos engolidos pelo chão
quedando-nos iguais aos que nos repudiam
Ou tornamo-nos mais fortes
no embate entre o nosso querer e o ser da realidade
A dor fez isso, sabe?
Deixou-me mais forte para seduzir a vida
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