COMPRAR LIVRO DE LARA LUNNA
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
A DOR
Espetou-me os olhos tal qual alfinete sem fim
Ricocheteou na nuca de suor frio imediato
Afundou-se na garganta deixando rastro de fel
Varou-me as entranhas sem nenhum pudor
Senti-me desfalecendo, sem acreditar no que via
Mais fácil seria duvidar de minha sanidade
Mas não era mentira, tampouco ilusão de espelhos
Embora o chão que a meus pés se abria
E o mundo que me rodava a cabeça
Era isto: a vida atirando-me a sua realidade
Era um golpe daqueles que nos mudam pra sempre
A dor faz isso, sabe?
Bifurca o caminho
Ou somos engolidos pelo chão
quedando-nos iguais aos que nos repudiam
Ou tornamo-nos mais fortes
no embate entre o nosso querer e o ser da realidade
A dor fez isso, sabe?
Deixou-me mais forte para seduzir a vida
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
DOWNLOAD
Fucking my world
Spending my hours
Nem sequer começou
Down
Load
I feel bad
I feel down
I feel blue
Enquanto espero
O início do download
Carrego imagens
Evoco passagens
Visito lembranças
De como eu era livre
De como você era feliz
Quando estudávamos por livros
E chegávamos à praia sem celular
Pisco
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quinta-feira, 6 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
INFAME
Essa corja
Essa casta
Esses colarinhos brancos
É o pobre
É o cobre
mendigado nas calçadas
É a arma
É o medo
É a vida que escapa
A cegueira e o óbvio
A fuga do banal
A mesmice da TV
O corpo dos artistas
O cárcere por paixão
O futebol e o povão
Esse roubo
Esse estorvo
A socialização da fome
É tudo o que não importa
É o resumo do infame!
DILACERAÇÃO VULGAR
Eu me entreguei a ti
Sem nenhuma licença poética
Sem nenhuma ressalva
Foi na literalidade
Escancarei-me de todas as formas
Oferecendo-te o melhor e o pior de mim
Revelando minha individualidade mais recôndita
Eu fui tua e eu via o horizonte
E acreditei nas promessas
E vivi na unidade
E cri, feliz da vida,
na reciprocidade
que se quebrou
como um vazo caído em mil pedaços
Quando te vi em outro corpo,
eu não mais te bastava
Que, cheia de lascívia,
vulgar se entregava
dilacerando-me as ilusões
E o pior de mim aflorava...